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MARCO 2014
Implementação da linha ferroviária no Corredor de Nacala
de diversas soluções de reabilitação da
substrutura da via, tendo-se realizado
antes e depois os adequados ensaios
geotécnicos para recolha de dados e res-
petivas conclusões.
Como sublinha Jorge Cruz, “só podíamos
arrancar se tivéssemos a certeza de que o
que estávamos a prever seria exequível e
foi aí que entrou o campo experimental
em Portugal, utilizado para simular e
testar os métodos num trecho de linha”.
INOVAÇÃO E CONTRIBUTO
PARA O SUCESSO
“A inovação presente no estudo permitiu
de facto utilizar as potencialidades de
cada método de prospeção e aplicá-las
de forma cruzada com outros métodos,
de modo a atingir um objetivo específi-
co”, explica Nuno Cruz.
“Conseguimos atacar um problema que
cria normalmente grandes dificuldades
na sua execução, através de uma meto-
dologia correta que cruza informação
incluindo a avaliação geométrica da su-
perstrutura, o balastro e terreno de fun-
dação, abrangendo toda a infraestrutura
da via-férrea”.
Mais uma prova da repercussão deste
trabalho é o facto, de se ter passado de
“uma solução SOS para uma opção sus-
tentada e que se encaixa em qualquer
obra de reabilitação ferroviária minimi-
zando interdições de linha”.
PRESTÍGIO INTERNACIONAL
A ideia de publicar o estudo e a
consequente apresentação no WCRR
(World Congress on Railway Research)
em Sydney, na Austrália partiu do LNEC
que não deixou escapar a oportunidade,
atestando uma vez mais o prestígio e o
reconhecimento do Grupo Mota-Engil
não só dentro de portas, como também
no estrangeiro.
“Desde logo achámos que tinha interesse.
O WCRR é o maior evento internacional
em termos de engenharia ferroviária que
cobre todas as especialidades do siste-
ma ferroviário, desde o transporte até
à infraestrutura e portanto fazia todo o
sentido apresentar o trabalho num even-
to desta dimensão”, sublinha Eduardo
Fortunato.
“Estes estudos têm duas especificidades:
o lado científico, no sentido de saber
o que os nossos pares fazem a nível in-
ternacional, obrigando-nos a evoluir e a
estar na vanguarda em termos da nossa
especialidade. E por outro lado, a parte
comercial, e aí aproveitamos a ida a
determinados congressos para mostrar
as nossas valências”, acrescenta Jorge
Cruz.
O estudo realizado na secção 5 do Cor-
redor de Nacala acabou por abrir portas
para outros trabalhos semelhantes,
nomeadamente no Corredor do Sena,
em Moçambique, deixando no ar mais
perspetivas para futuros projetos.
“O que ocorre ali naquela zona de África
é que muitas das linhas férreas foram
construídas no final do século XIX e iní-
cio do século XX e o problema que surgiu
na secção 5 vai colocar-se naturalmente
numa quantidade de outras linhas,
habilitando-nos para novos desenvol-
vimentos e desafios”, realça Francisco
Asseiceiro.
Francisco Asseiceiro